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domingo, 5 de janeiro de 2014

No sapatinho


Me lava a alma, me leva embora
Deixa haver samba no peito de quem

Faixa de areia

A maré vai e vem, o som do vento adentra no ouvido 
chamando zunidos que ensurdece os calmos
Areia afaga a pele, roçando de maneira doce 
A água salgada acaricia os pés devagar no começo da praia
e se torna calma e acalenta as dores quando tu mergulhas.
O beijo quente do sol queima a pele, tira a carne e constrói outra de cores diferentes
Amarelo, rosado, vermelho, negro.
Cores chamativas e contagiantes.
O doce sono dos nobres me pega desprevenida diante de tanta beleza.
Durmo numa curva sinuosa da natureza e vejo nela uma futura companheira.
Aconchegante que acalma as dores de muitas caminhadas.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Desvestida

Eu quero expor, sair desta casca inútil e expor.
Mostrar o que tem dentro, bem lá no fundo e me jogar neste caos
Sentir, tocar ou arrancar. Expor de toda a maneira o que penso, o que faço.
Subir em uma cadeira e cantar.
Quero gritar, fazer um agouro.
Que tal chorar?
sorrir todos sorriem, chorar? quem os vê chorando?
Expor-me ao mar, ao sol, às pernas cabeludas ou lisas.
Sair deste cubículo que é nossa vida. O corpo nos amarra, prendendo-nos de viver o que tanto queremos.
Liberdade? Pra quê? Tudo nos prende, nos sufoca. Uma falsa liberdade no cerca.
Continuo querendo expor, mostrar, desmascarar, escrachar, rasgar, transpor.

Homenagem a um poeta dolorido


Mon Amour, Meu bem  ,Ma Femme 

domingo, 10 de novembro de 2013

Sem razão, sem titulo

Não quero conversa, quero um motivo pra ser feliz. O mundo tá tão podre... Pessoas que enganam, que iludem, que machucam. Eu quero é motivo pra ser feliz, quero um beijo na cicatriz. Quero curar essa ferida aberta, esse ciclo de socos e porradas que deram no meu coração. Vem um e depois outro e outro e cadê a felicidade? Vou atrás, pulo o muro, caio no mar, roubo um banco, beijo sapos, seja o que for. Quero é ser feliz... É tão triste assim achar maneiras pra ser feliz? É tão ruim assim? Não sei se estou feliz, há algo dentro do peito que arde, que chama, que pula feito criança. A dor deve ter passado, o fogo que queimava minha carne por dentro do meu corpo... Se apagou. E o que será feito agora? Vem outra onda de felicidade e depois? Ela volta pro mar de onde veio... A onda não fica, ela volta pro mar e a gente se acaba em felicidade enquanto a mare tá cheia, mas depois que ela seca, ficamos vazios. E a pancadaria rola, você se acaba na seca dessa felicidade, se acaba tentando achar outra maneira sem ser dessa onda. Se fode, procura mais e se fode mais e vai indo... Até a mare encher de novo e te levar, dissolvendo qualquer agonia que sentiu. As dores da seca se vão e a unica coisa que resta é a sorte de ser feliz. Depois a onda vai embora novamente, o que resta é um corpo esquelético, feito de ossos e couro, que de tanta alegria se entregou a onda e pulou pra vida eterna de ser feliz. 

sábado, 26 de outubro de 2013

Vinicius de Morais

A AUSENTE

Rio de Janeiro , 1954

Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à ideia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranquilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...

Atenta-te

Amo porque amo, teus olhos baixos de insonia me olhavam como se fosse uma desconhecida. O clarão surgia em alguns poucos momentos e o teu sorriso de lado pouco dizia. A incerteza me dava palpitares tristes no meu coração. Sentia que aquilo não teria fim, a tristeza pernoitava em meu rosto por dias. E o porquê disso tudo não se discutia em versões poéticas de Drummond. Tuas mãos tremiam sabe se lá por que e eu teria de olhar pros teus olhos para adivinhar tuas dores, teus anseios e sabe lá mais algo. A minha voz falhava, o sorriso ardia e minhas poucas sardas que enfeitavam meu rosto transpareciam a vermelhidão da vergonha. Queria que fosse o único, entre tantos que trouxeram lagrimas aos meus olhos grandes. Mas era somente outro, que passou pela minha vida, trouxe sorrisos e aquele esquentar do coração. Cantava canções ao telefone e pedia para toda noite eu me cuidar, e eu cuidava. Cuidava sim, cuidava para que não chorasse nas noites em claro, cuidava para que meu coração se mantivesse intacto, pra que aquela dor não viesse outra vez. E pro outro dia acordar, levantar e passar o tempo olhando para tua face sedenta de cansaço e que olhava para meus olhos grandes com cuidado, analisando o que sobrou de mim.